sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Resumo: Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor.


A história da informática na educação nasceu no início dos anos 70 partindo-se de experiências em universidades no Brasil, já nos anos 80. Ela foi estabelecida através de atividades, apesar do forte apelo da mídia e das qualidades inerentes aos computadores, sendo que ela está muito além do que se desejava e do que se planejava.
A ideia de informática na educação não está tão presente no dia a dia, pelo fato de que ainda amedronta alguns docentes. Ela não está consolidada no sistema educacional como algo que priorizará o discente e sim é vista como problema, por falta de vontade dos dirigentes e também como a falta de verba No início do ano de 1997 o Governo Federal criou condições para a disseminação da informática na educação.
Com o programa Brasileiro de informática na educação foi proposto como o papel do computador de prover a alfabetização em informática como nos EUA, ou desenvolver a capacidade lógica e preparar o discente para trabalhar em empresas, como o programa na França. "Essa peculiaridade do projeto brasileiro aliado aos avanços tecnológicos e a ampliação da gama de possibilidades pedagógicas que os novos computadores e os diferentes softwares disponíveis oferecem, demandam uma nova abordagem para os cursos de formação de professores e novas políticas para os projetos na área”.
No decorrer do artigo é falado de como era a Informática na educação nos EUA e na França, contando as formas que eram usadas a informática para o mesmo. Afirmando-se que o Programa Brasileiro da Informática na Educação foi um pouco influenciado pelos países anteriormente citados, o artigo comenta que mesmo nos países como França e EUA, onde havia uma boa disseminação da informática na educação era impossível encontrar práticas realmente transformadora e suficientemente enraizadas, onde pudesse dizer que houve transformação
efetiva do processo educacional como por exemplo, uma transformação que enfatiza a criação de ambientes de aprendizagem, nos quais o discente constrói o seu conhecimento, ao invés do docente transmitir informação ao aluno.
Nos EUA que era completamente descentralizado e independente das decisões governamentais o uso do computador no âmbito escolar era pressionado pelas tecnologias e pelo mercado de softwares para informática na educação. Até foi criado o CAI (Instrução auxiliada por computador), produzidas por IBM, RCA e Digital, com utilização em universidades. O CAI deve como dificuldade de disseminação a ordem técnica (armazenar e distribuir a instrução) e de produção do material instrucional (tutoriais). Sendo o CAI fundamental para fomentar a discussão de questões mais profundas de ordem pedagógicas. O aparecimento de microcomputadores em 1980 foi vista como motivação para a produção e diversificação de CAIs (exercício, prática, avaliação do aprendizado, jogos educacionais, entre outros). Após isso aparece o Logo que era uma linguagem onde se constatou que o papel do docente no ambiente Logo era fundamental e que o preparo do docente não era trivial e não acontecendo do dia para noite.
Na questão da Informática na Educação, a França foi o primeiro país ocidental que programou-se como nação para enfrentar e vencer o desafio da informática na educação e servir de modelo para o mundo. No caso da informática na educação a batalha se deu tanto na produção do hardware e do software quanto na formação das novas gerações para o domínio e produção de tal tecnologia, a implantação foi planejada em termos de público alvo, materiais, software, meios de distribuição, instalação e manutenção do equipamento nas escolas, sendo assim os dirigentes franceses julgaram ser fundamental a preparação, antes de tudo, sua inteligência-docente.
Nos anos 60 e início dos anos 70 os software empregados em educação se caracterizaram como EAO (Enseignement Assisté par Ordinateur), o que equivale ao CAI desenvolvido nos anos 60 nos EUA, inspirados no ensino programado com base na teoria comportamentalista e no condicionamento instrumental (estímulo-resposta). Somente no início dos anos 80 começou a disseminar-se na França a linguagem de programação e metodologia Logo com fins educacionais, opondo-se frontalmente às bases conceituais do EAO. É importante notar que o programa de informática na educação da França não tinha como objetivo uma mudança pedagógica e sim preparar o discente para ser capaz de usar a tecnologia da informática.
Assim, usando o computador como recurso para o desenvolvimento de tarefas, os professores orientavam a edição de jornais com processadores de texto, a resolução de equações do 2º grau através de planilhas ou acompanhavam o desenvolvimento de projetos experimentais registrando os dados em um banco de dados. O Logo era empregado no desenvolvimento de projetos para os níveis de ensino elementar e secundário.
No Brasil a implantação do programa de informática na educação iniciou-se com o primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizados respectivamente na Universidade de Brasília em 1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982. Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que originou o EDUCOM e uma sistemática de trabalho diferente de quaisquer outros programas educacionais iniciados pelo MEC, as decisões e as propostas nunca foram totalmente centralizadas no MEC. Porém, a primeira grande diferença do programa brasileiro em relação aos outros países, como França e EUA, era a questão da descentralização das políticas. No Brasil as políticas de implantação e desenvolvimento não são produto somente de decisões governamentais, como na França, nem consequência direta do mercado como nos Estados Unidos.
A segunda diferença entre o programa brasileiro e o da França e dos Estados Unidos é a questão da fundamentação das políticas e propostas pedagógicas da informática na educação. Desde o início do programa, a decisão da comunidade de pesquisadores foi a de que as políticas a serem implantadas deveriam ser sempre fundamentadas em pesquisas pautadas em experiências concretas, usando a escola pública, prioritariamente, o ensino médio.

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